Arquivos para o mês de: dezembro, 2010

“…It’s time to let your hair down
And give yourself permission
It takes courage and control
but you start by letting go”
Música: Courage and Control por Brandon Boyd, do disco The Wild Trapeze (2010)

Um novo ano se aproxima e com ele a possibilidade de se fazer mais, melhor, de querer mais (seja lá o que for).
O ano que está acabando, pra mim, foi sombrio. De longe o pior de todos os tempos. E espero com esse novo ano bons ventos e mudança.

2011. Nova década, novas possibilidades, novos tempos. Um dos principais motivos de eu gostar da data é esse: tudo é novo! Um livro com páginas em branco aberto na frente de todos nós, esperando para ser escrito. Sensação ótima de renovação.
Começar de novo. Começar com o pé direito. Começar do zero, por que não?

Como diz a música, basta coragem para fazer aquilo que deve ser feito e controle para não perder o foco, para nortear as ações. Mas para começar esse caminho é necessário  deixar pra trás tudo o que passou. É hora de olhar pra frente e não pra trás.

Feliz 2011! Que seja excelente para todos nós!

Ps: Queria que estivesse aqui comigo para ver o que vem pela frente. Saudades.

Nos últimos dias vem aparecendo várias oportunidades no mercado de quadrinhos brasileiro.
Como por exemplo o concurso da editora Barba Negra, com premiação no valor de R$ 20.000,00.
Tem também o Prêmio Abril de Personagens, mas esse o prazo de inscrição se encerra agora dia 19 de dezembro.
O Maurício de Souza comentou no seu Twitter  (@mauriciodesousa) que , em breve no seu estúdio, abrirá vagas  para contratação de roteiristas e artistas para trabalhar nas revistas da Turma da Mônica e Turma da Mônica Jovem. O Sidney Gusman (@sidneygusman) ficou de anunciar essa semana como se dará o processo.
E aí? Mãos à obra?

"Eu sou fã do trabalho de vocês! Podem assinar pra mim?"

Mês passado aconteceu aqui em Campos a 6ª Bienal do Livro, e em uma terça-feira escaldante, o evento contou com a presença dos quadrinhistas Gabriel Bá e Fábio Moon, os gêmeos dos 10 Pãezinhos. Eu sou fã de longa data do trabalho dos caras, e não poderia faltar à palestra.

A apresentação dos caras foi ótima! De verdade! Parecia que, aos poucos, eu ia acordando de um sono profundo a medida que eles iam falando, contando um pouco de como começaram, os percalços, a motivação, a paixão por fazer quadrinhos.

Eu sou aficcionado por quadrinhos desde que me entendo por gente. Aprendi a ler com a Turma da Mônica, Disney, X-Men, Homem-Aranha, Menino Maluquinho… Tudo que minha mãe me trazia ou que encontrava aqui em casa na coleção dos meus tios. Sempre estava a procura de mais. Também sempre gostei de desenhar, era extremamente natural pra mim. Coisa de quem era apaixonado mesmo.

E foi isso que eu vi na Bienal aquele dia: paixão. A história de vida deles, como começaram, fazendo mil e uma atividades diferentes para pagar as contas e sempre encontrando tempo, se virando, para contar as suas histórias em quadrinhos. Sem cansar, perseverando, acreditando sempre. Plantaram e agora mais de dez anos depois, estão colhendo os frutos desse esforço, vivendo de quadrinhos, de contar suas histórias e serem reconhecidos por isso.

Confesso que não consegui conversar direito com eles. Fiquei inadequado, tímido. Afinal, eram dois caras que eu realmente admirava o trabalho, ali na minha frente. Sei que foi bobagem, mas fiquei sem assunto. Levei os meus livros 10 Pãezinhos para eles autografarem, e super gente fina, assinaram todos com sorriso no rosto.

O Fábio fez uma analogia dos quadrinhistas com jogadores de futebol que achei perfeita: ambos precisam treinar todos os dias, se aperfeiçoar, pois não adianta simplesmente ter o talento e não praticar. Isso nunca levou ninguém a lugar nenhum. Se transformar de apenas um leitor (que é fácil) em um autor de quadrinhos (que não é fácil) leva muito tempo, exige muita disciplina e força de vontade para se ter algum resultado. Mas o resultado vem para aqueles que insistem. Os gêmeos são a prova viva disso.

A vida é curta e se não tentarmos, mesmo com as dificuldades, fazermos aquilo que mais gostamos, que mais precisamos fazer, ela perde a maior parte da sua graça.

Eu sempre gostei de quadrinhos.

Eu sempre gostei de contar histórias.

Seria minha paixão pelos quadrinhos, por contar histórias, tão forte quanto a deles? Eu seria capaz de vencer a arrebentação? Conseguiria vencer a preguiça, a descrença, para produzir de forma regular, e crescer a medida que vou praticando? É sentar e fazer. Sem desculpas e sem corpo mole. Dá pra chegar lá!

Obrigado Bá. Obrigado Fábio. Obrigado por terem reacendido o espírito quadrinhístico que estava adormecido em mim.

"Obrigado!"